quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Descendo a Pedra Grande...

Sabe daquela época da vida que você pensa que já sabe o bastante?
Então nesse tempo os irmãos, sujeito "A" e o sujeito "B", já tinham passado
pelas bikes, pelas mobiletes e alguns "empréstimos sorrateiros"  de carros dos
pais na calada da noite.
Nos anos 80 e auge da adolescência, como não podia deixar de ser
iniciaram a busca por suas "Motos Trials", as Honda XL 250R  e Yamaha DT 180
dominavam o cenário nacional nesse segmento, tendo em vista a proibição de motos
importadas e a pouca oferta dos modelos de motos nacionais, restava a quem desejava
se aventurar pelas péssimas estradas nacionais um desses dois modelos, que acabaram por
conquistar a confiança dos motociclistas pela grande resistência, fácil manutenção e porque
realmente atendiam os quesitos, principalmente do ponto de vista dos iniciantes como os irmãos
"A e B".
"A", mais tradicionalista, optou por adquirir uma DT 180 preta, essa maquina tinha a boa reputação
por chegar nos primeiros lugares e dominar na maior parte do tempo o famoso "enduro da independência",
maquina forte e manutenção muito simples, com bom apelo visual para um adepto Heavy Metal, formava o conjunto perfeito,



 "B" havia optado pela XL 250R e para alimentar seus sonhos já havia colado até o poster de propaganda de revenda da moto em sua cabeceira da cama, era uma foto da moto numa paisagem lunar em que o piloto a empinava...era trabalhoso fazer uma foto assim... não existia photoshop...

no entanto o sonho ainda demoraria mais alguns anos para se realizar, "B" então decidiu que para o momento seria mais apropriado e ousando pegar uma Agrale SXT 16.5 ...


Felizes da vida, "A e B" andavam feito criança em festa de Cosme e Damião, fedendo a óleo 2 tempos e
sem habilitação, percorriam as estradas de terra saltando mata-burros e acelerando forte até que "A" lança
um grande desafio...
Subir a estrada da Pedra Grande, seguiriam pelo asfalto uns 14kms e depois por estrada de terra morro acima mais 10 kms e lá ver do visual de que os pilotos de asa delta desfrutavam.
Aceito por "B", abasteceram as motos e as mochilas, seguindo com cautela pelo asfalto e conforme o combinado no caso de encontrar algum policial rodoviário cada um seguiria para lados opostos entrando em qualquer estrada de terra que encontrasse para esconder a moto, voltando a pé até o asfalto e permanecer no local até chegar socorro, plano perfeito, seguiram em frente sem problemas, curtindo a subida, parando na bica no meio do caminho para refrescar a garganta e também as motos, chegando ao topo da formação de pedras, com seus 600 metros de altura e a quase 1500 metros do nível do mar, maravilhosa sensação...

Apreciado o visual, sol se pondo, hora de voltar "A" sai acelerando forte, "B" inconformado por ter subido o percurso inteiro comendo poeira se acha no direito de voltar respirando mais ar, menos fumaça de 2 tempos e poeira e bota a Agralinha pra andar na frente, segundo relato de "A" nas primeiras curvas ladeira abaixo, ainda podia escutar a aceleração de "B" e em meio a poeira um pouco de fumaça de 2 tempos, mas de repente eis que abre a estradinha limpa como se nada estivesse passado por ali... e realmente não havia, "A" decide voltar para ver o que tinha acontecido e em uma das curvas encontra "B" subindo o barranquinho sem a moto, analisando melhor decidiram voltar no dia seguinte para resgatar a 16.5 pouco retorcida.
Um mês depois moto consertada e "B" decide troca la por uma Malibu coupé V8 SS 1967 Branca, coisa fina... mas essa é uma outra história...

2 comentários:

Unknown disse...

Caramba, Bill... por um momento achei que era o "A", personagem dessa história.. kkkkkk
Adauto Gallacini Prado, ex-dono de uma DT 180 e assíduo frequentador da Pedra Grande, nos idos dos anos 80!

Bill disse...

Será que as histórias aqui postadas são verídicas? KKKKKKKKK Valeu Abço!